14 de novembro de 2010


O QUE É ENGENHARIA GENÉTICA?

Engenharia Genética é uma área que descreve algumas técnicas modernas que revolucionam o campo da Biotecnologia. Consiste numa manipulação de genes de um determinado organismo, envolvendo duplicação, transferência e isolamento de genes. O objetivo é produzir organismos geneticamente melhorados e introduzir novas características ou atributos fisiológicos em seres vivos. [²]




O QUE É ENFERMAGEM?

Já na área da enfermagem, que também é uma área biológica, requer um cuidado com o paciente em si. Para ser enfermeiro, deve ser competente e hábil para cuidar do paciente e de sua família, promovendo, entre outras coisas, a prevenção e o tratamento de doenças. Um enfermeiro pode trabalhar tanto em hospitais, ambulatórios, consultórios e na área de pesquisas, quanto em ensino profissional em universidades (graduação e pós-graduação). O objetivo dos cursos de enfermagem é formar profissionais capazes de formar um senso crítico e de ter consciência de seu papel de sujeitos e agentes de transformação no sentido de melhoria das condições de saúde das vidas dos pacientes.[¹]



COMO PODEM SE RELACIONAR?

Para relacionar esses dois assuntos, uma doença hereditária chamada SCID (Imunodeficiência Severa Combinada) será discutida. ‘SCID’ é o nome dado a uma rara doença genética que causa anomalia no sistema imunológico. Ela é identificada logo nos primeiros meses de vida de um bebê, e caso não seja, a criança não deve passar dos seus dois anos de idade. Mas ela também pode ser diagnosticada antes do bebê nascer - podendo ser solicitado somente caso já tenha casos dessa doença na família -, removendo e verificando células da placenta ou uma amostra do fluido que envolve o bebê. Nessas células, há a contagem de linfócitos B e T. Se os números destes forem muito a baixo do normal, o feto desenvolverá esta doença.           





SCID também é conhecida como Doença da Bolha, pois nos anos de 1970, um menino chamado David Vetter teve que viver dentro de uma bolha durante 12 anos devido a esta doença. Com tantos anos passados, o governo dos Estados Unidos somou 1,3 milhões de dólares em pesquisas, a fim de salvar tanto a vida de David quanto de outras crianças com essa mesma doença. Então, aos 12 anos de idade, o menino foi submetido a um transplante de medula óssea, realizado a partir de sua irmã mais velha. Porém, meses após a cirurgia, David morreu de câncer.

David Teller dentro de sua bolha


A Imunodeficiência ocorre quando os glóbulos brancos, responsáveis pelos combates às infecções, param de trabalhar ou são comprometidos quase por completo. Sua ausência ou o seu mau funcionamento resultam em sérias e freqüentes infecções graves. Três tipos de glóbulos brancos podem ser afetados: T, B e NK (natural killer cells). Essa doença se manifesta diferentemente em cada caso, mas em todos os casos o sistema imunológico da criança é comprometido e, então, precisa de proteção contra infecções.


Os sintomas da SCID ocorrem nos primeiros meses de vida, pois o sistema imunológico não pode proteger o corpo do bebê, que pega uma infecção atrás da outra. Algumas dessas infecções podem comprometer a vida do bebê, como pneumonia, meningite e sepse (infecção no sangue). Para piorar, os pacientes não respondem a antibióticos.
A forma mais comum encontrada do SCID é a da mutação no cromossomo X. Quando isso ocorre, os seres do sexo masculino são mais afetados que os do sexo feminino, pois os masculinos não têm um segundo X que possa compensar o defeito no primeiro. Os homens precisam herdar somente uma copia desse gene para ter a doença, enquanto as mulheres precisariam herdar os dois cromossomos com ela. Então, se a mulher herdar somente um cromossomo com a doença, ela ainda tem o segundo cromossomo saudável para compensar. A mulher não terá os sintomas da doença, mas ela carregará o gene da mesma e pode passá-lo para os filhos.  
  


O tratamento mais efetivo hoje em dia é o transplante de medula óssea. Células-tronco são tiradas de uma medula óssea de um doador saudável e injetadas em pacientes com SCID. Essas novas células irão estimular a produção das células do sistema imunológico. O melhor doador da medula seria irmãos do paciente, pois o risco de não aceitação do doente diminui (sendo esse o maior risco desta cirurgia).





AGORA ALGUNS CASOS:

- No dia 14 de setembro de 1990, um grupo liderado pelo médico Anderson realizou a primeira cirurgia com terapia gênica, ao tratar com êxito a menina Ashanti de Silva de 4 anos de idade com ADA-SCID (uma das variações da doença). Ela recebeu seus próprios linfócitos T tratados. [³]
- O grupo de Cavazzana-Calvo realizou um teste clínico para o tratamento da SCID. Foi obtido um impressionante sucesso até que duas, das onze crianças tratadas com esta terapia genética desenvolveram leucemia.
Este grave incidente, em conjunto com a morte de um jovem atribuída a uma severa reação inflamatória, acarretou uma redução drástica do número de testes clínicos neste início de século. [4]






Porém, De acordo com o National Institute of Health (NIH - Bethesda, MD,EUA), já foram aprovados 1.411 testes clínicos para terapia gênica em diversos campos terapêuticos, onde 827 ainda estão abertos a procura de pacientes para completar esses estudos.


Portanto, o papel do enfermeiro (que está situado na área de pesquisa) juntamente com médicos especializados, é melhorar o tratamento a partir da medula óssea, para que não haja mais complicações. Ou seja, devem-se haver mais pesquisas sobre essa doença, para que os diagnósticos possam ser feitos em qualquer grávida e sem trazer algum risco ao feto. Assim, o tratamento com medula óssea seria mais eficaz, pois quanto mais novo for o bebê, maiores são as chances de melhora do mesmo.




E também aprimorar o estudo e mudar a concepção das pessoas sobre a terapia genética, que está sendo testada em alguns pacientes e tem um resultado positivo em certa quantidade de crianças afetadas. O processo deste tratamento é pegar uma célula-tronco do sangue de uma criança infectada ou da medula óssea e, em laboratório, corrigir o "erro" do gene, através de técnicas que ainda devem ser estudadas. As células corrigidas deverão retornar ao corpo da criança por transfusão. Essas novas células-tronco retornam para a medula óssea e começam a produzir células saudáveis do sistema imunológico. Porém, manipular genes é uma prática mal vista pelas pessoas e proibida por lei.





Então, sobre essa doença, ainda tem-se muito a se trabalhar para garantir uma vida saudável em crianças que nascem com ela. Garantir um diagnóstico para todas as grávidas seria um passo para a melhora de vida dos infectados, pois o tratamento feito em crianças com uma faixa etária menor é mais eficaz. Continuar as pesquisas com terapia gênica e garantir uma melhor visão da população é um trabalho que enfermeiros e médicos devem ter, para que mais crianças possam ser curadas dessa doença, pois pesquisas já realizadas (e já apresentadas anteriormente) dizem que esse tratamento pode se tornar muito eficaz com mais estudos.







BIBLIOGRAFIA

[¹] Livro: 2011 - Guia de Profissões - UNESP (acessado em 18/10/2010; um pouco sobre a profissão de enfermagem e em quais lugares um enfermeiro pode trabalhar)




WEBGRAFIA:

(acessado em 18/10/2010; a história da engenharia genética e alguns estudos que ela faz, focando em algumas áreas.)


(acessado em 08/11/2010; primeiro caso de tratamento com terapia genica realizado com sucesso.)


(acessado em 08/11/2010; alguns casos de tratamentos com terapia gênica se foram eficazes ou não; quantidade de  testes clínicos que são liberados)

(acessado em 18/10/2010; explica um pouco sobre o que a engenharia genética estuda)


http://learn.genetics.utah.edu/content/disorders/whataregd/scid/
(acessado em 18/10/2010; caracterização da doença SCID, mostrando seus sintomas, tratamentos e diagnósticos)

(acessado em 18/10/2010; caracterização da doença SCID, mostrando seu sintomas, tratamentos com medula óssea e seus riscos)

(acessado em 18/10/2010; tratamento com medula óssea (para a doença SCID) e suas conseqüências e as novas soluções para a SCID - como a terapia genética.)

(acessado em 08/11/2010; diz respeito à vida de David Vetter, desde o seu nascimento, passando pela cirurgia, até a sua morte.)

(acessado dia 08/11/2010; informações a respeito dos diagnósticos da SCID, sendo eles antes ou após o nascimento do bebê, verificando como isso é feito e em quais grávidas podem ser feito)

(acessado dia 08/11/2010; tratamentos a partir de medula óssea, verificando os riscos e quais as melhores condições para esse tratamento ser efetuado.)